terça-feira, 29 de março de 2011

SOLIDÃO



Texto de Mary Trarbach

Minha amiga, companheira,
Em teu ombro me recosto e posso chorar sem medo.
Diante de ti, posso cantar... Sorrir... Dançar e me despir sem pudor.
Posso dormir... Sonhar ou simplesmente devanear...
Posso falar... Gritar e me emocionar...
Posso ouvir minha música no volume que eu quiser...
Ir ao banheiro de porta aberta, sem medo do voyer...
Posso comer... Xingar e liberar meus flatos.
Diante de ti, posso esvaziar-me por completo, liberando todo o meu ser...
Posso ler... Estudar... Escrever... Comemorar um bom trabalho... Pular...
Enfim, diante de ti posso sempre ser eu em toda a minha plenitude.
Não preciso de ética, etiquetas ou pudores...
Tu nunca argumentas, mas seu som cala forte em meu coração.
Às vezes, em meio à multidão, sinto a tua presença...
Nas madrugadas frias, sinto-te comigo.
Muitos te odeiam, mas eu te amo!
E agradeço por estares sempre comigo e por me trazeres a inspiração.
Minha melhor amiga, teu nome é solidão.

   



QUEM EU SOU?

                                                 
Texto de Mary Trarbach

Sou a tempestade e a calmaria,
Sou a madrugada fria.
Sou o sol do meio dia.
Sou repúdio e desejo,
Mar revolto e mar sereno.
Sou doença e sou a cura.
Sou nostalgia e devaneio.
Sou razão e ilusão,
Sentimentos conturbados...
Primavera e verão,
Sou você em qualquer estação.
Confusão de pensamentos,
Sou o riso e sou o choro
A fé e a descrença.
Sou a bruma breve...
Sou ventania...
Coração em calmaria!                                                                      
Sou a solidão e a companhia.
Sou o doce do mel e o amargo do fel.
Sou uma borboleta delirante,
Uma metamorfose ambulante.
Sou ferrundo ameaçador.
E o carinho consolador.
Sou a morte e sou vida.
Terra seca e o humo,
A semente que não brotou...
Sou tristeza e alegria
Companheira do amor.
Sou delírio de paixão,
Eu sou a dor!
Sou loucura e razão
Sou a fome e o pedaço de pão...
Sou o frio e o calor.
Sou paixão,
Mas me chamam de amor.
Sou a cegueira e a visão...
Sou assexuado, mas tenho tesão...
Sou os dois lados da moeda,
Eu sou a fascinação...
Quem eu sou, então?






AMOR ALÉM DA VIDA

      Texto de Mary Trarbach.


         Amor além da vida
         Por que foi e me deixou?
         Pra onde você foi,
         Um também vou..
.        Uma bala perdida
         O seu corpo encontrou
         Levando todos os seus sonhos
         Deixando essa imensa dor
         Esse vazio que sinto
         Não consigo explicar
         Que a maldita me causou
         Me deixando como estou...
         Sinto sua falta
         Saudade me deixou
         Amor além da vida
         Pra sempre meu AMOR...
         Amor além da vida,
         Levou parte de meu coração,
         Quero sentir seu abraço,
         Mas tenho o vazio da solidão...
         Amor além da vida,
        Amo todos que aqui estão,
        Amo a vida e a amizade,
        Procurando a felicidade...
        Você nasceu de meu coração,
        Tão prematuramente me deixou
        Virou estrela real na constelação
        Que brilha no céu da emoção... 
        Emoção que sinto
        Ao ver o céu iluminado
        Das estrelas mais brilhantes
        Embora longe, sinto-me ao seu lado.
        Amor além da vida,
        Se o céu está nublado
        E o seu brilho não aparece,
        Penso que está com Deus, 
        Fazendo por mim uma prece.
        Agora você está com todos os outros que se foram,
        Amados, queridos anjos...
        A morte não vence o amor
        Embora nos deixem com muita dor...
        Sinto-te ao meu lado
        Para onde quer que eu vá
        Meu querido filho
        Para sempre vou lhe amar.
        A dor que senti com nossa separação
        Não arrancou você de meu peito
        Quando seu corpo desceu ao chão,
        Ela virou saudade e aflição...
        O sentimento que se sente, 
        Mas não tem explicação.
        Amor além da vida,
        Para sempre meu amor,
        Para sempre meu amor...              
          

ESPELHO

                                           
Mary Trarbach
Como gazela assustada, vou a procura de mim.
E meio que desesperada paro diante de ti.
Onde me perdi?
Mergulho em ti e não me encontro.
Volto desiludida...
Onde estão meus longos cabelos negros?
Meu sorriso brilhante?
Onde está meu corpo esbelto de seios fartos?
Espelho amigo ou algoz do tempo?
Mostras a insignificância de meu ser.
Ah vaidade! Cruel amiga da juventude...
Ilude e serpenteia por caminhos lúdicos.
Gargalhas de mim!
O beijo ardente do tempo
Marca meu rosto suavemente...
Quero mergulhar em ti
À procura por mim.
Devias mentir.
Mostrar a beleza de outrora
E assim dar razão
Aos elogios falsos de fora.
Sinto saudade de mim
Que como gazela assustada
Admirava-se diante de ti,
Mas agradeço por mostrares
O que realmente sou
Uma navegante do tempo
Que agora se acabou.
Falas sem mesmo nada dizer.
Que a luz de meu olhar
Ainda guardo em meu ser.
Agora sei sobre que vim buscar...
Tu mostras o que não me agrada,
Mas a busca terminou.
Descobri! Espelho amigo.
Que não podes revelar o que realmente sou.
A pessoa secreta de um coração que ama.
Uma poetisa delirante no tic-tac no tempo.
Que feliz como borboleta voa,
Em sua vida breve.








Poeta


De amor eu não morro,
Por amor eu vivo.
Se viajo com as estrelas que purpurina o céu, é porque amo!
Esse sentimento forte e insano.
Me rasga o peito e me queima a alma com sua lava ardente.
Me acompanha por onde quer que vá.
Assim é o poeta,
Amor sereno com olhos puros.
Assim é o poeta que canta amor e natureza.
Que admira o balé da borboleta.
Aspira beleza e exala luz.
Poeta. Mensageiro de Deus, coração de sonhador...
Enxerga a natureza limpa e coberta de flor.
"Marginal"! "Insano"! Professor!
Poeta é tudo porque é o mistério do amor.
O AMOR é de Deus que lhe dá sua luz,
Por isso tão especial
E por isso me seduz.
Mary Trarbach.

Alma de Poeta

                                              ALMA DE POETA
                                                                                        Coletânea assimétrica.
Texto de Mary Trarbach.
Quando canso de ouvir os sons insanos das bocas fervilhantes e úmidas, fujo pra dentro de mim.
Como surda só escuto o tic-tac de meu coração.
Meu coração não bate no compasso do passo.
Ele acompanha o tic-tac do tempo.
Então minha cabeça espoca em um show pirotécnico e as idéias nascem em minha alma de poeta.
O poeta é feito de luz e pela fresta que escapa desnuda a natureza,
Motiva o artista que cria o seu papel.
Compõe melodias! A música também é poesia!
Poeta!  Criatura metamorfa, metafórica...
Lúcido, insano, amante, marginal, criança e eterno!
Com seus erros, acertos, choros e risos,
Vai desenhando sinuosamente a história dos anjos
Camuflado em sua simplicidade, feliz e livre...
Quem me dera estar entre esses loucos que brincam com as letras!
Que tocam com delicadeza os corações mais duros!
Uma topada no caminho vira poema!
Uma lágrima de dor rega a terra e faz nascer uma flor!
Porque poeta é sinônimo de AMOR!

domingo, 27 de março de 2011

Anjo

 

Texto de Mary Trarbach
Um Anjo caminha nas nuvens,
Sangra-lhe os pés.
O gotejar de sua seiva
Pinta de carmim o céu!
Quanta beleza! Quanta leveza!
Seu perfume lança-se à terra.
Fertiliza-a para o nascer de um novo ser.
Em seu balé colorido, a borboleta encanta.
E o beija-flor, ciumento, vibra suas asas azuis!
A flor entrega-se a esse amor fecundo.
Entrega seu mel e adoça a vida.
O Anjo de cima, observa atônito
Todo o milagre que se faz.
Por que sangra então?
Será a indignação pela destruição?
E o Anjo caminha nas nuvens...
Triste, porém risonho.
Ainda há esperança.
Existe o gargalhar da criança.
Que feliz brinca sob a aquarela carmim.
Mas da terra brota o humo, humanóide...
Desvairado, espalha destruição...
Então o torrão e se abre
E causa a desolação.
E o Anjo sangra! E sangra!...