terça-feira, 1 de novembro de 2011

Oração

Mary Trarbach

Querido Deus,
Começo a nossa conversa com agradecimentos.
Obrigado Senhor, por dar-me coragem, quando diante da notícia de minha doença e na possibilidade mínima de cura, eu não esmoreci... Acreditei no teu PODER e vi a tua luz e assim agarrei-me em tuas mãos e consegui vencer, graças à força que me destes.
Obrigado Senhor, pelas dificuldades que preciso enfrentar.  Por cair e a cada queda, levantar-me mais forte, pois são os empecilhos da vida que me ensinam a humildade.
Agradeço Senhor, pela família e amigos, mas principalmente por atender-me sempre que solicito, mesmo quando as coisas parecem dar erradas, eu sei Senhor, que na realidade estão dando certo, pois o Senhor sabe o que é melhor pra mim.
Agradeço por ter permitido viver ao lado de meu filho por dezenove anos e eu, embora com problemas de saúde, pude enxergar a bênção que me destes, por tê-lo por esses anos junto a mim. Brutalmente, a violência urbana o tirou de meu convívio, mas eu sei  que ele foi acolhido junto a ti e eu não poderia desejar melhor companhia pra meu filho! No entanto, sou fraca Senhor! Ainda sinto a dor da separação, a saudade bate forte e por isso, embora já tenha sido abençoada tantas vezes, te peço , se possível amenizar essa dor em meu coração . Peço também por todas as mães que sofrem por seus filhos e por todas as pessoas que sabem amar de verdade, com amor incondicional.
Se não for pedir muito, gostaria que tocasse nos corações endurecidos para que a brandura ali penetre, para que os homens enxerguem o seu próximo sem discriminação e com empatia.
Obrigada meu Deus, por estar aqui agora, deixando esse depoimento em forma de oração e por todas as pessoas lindas de coração que seguem esse espaço.
Toque, Senhor, com o teu carinho de pai, a cada pessoa que necessitar de teu afeto.

Na Coxia da Vida!


Mary Trarbach

Não sei por que o mundo continua envelhecendo e o ser humano é que apodrece!
A violência é o fruto de um egoísmo indiscriminado e tem se espalhado como câncer devorador nos corações dos homens.
Desonestidade veste-se de colarinho branco, pedofilia tem cara de idoso indefeso ou cara de tio (a) bonzinho.
Homens agridem e matam em nome do amor! Que amor é esse?
Filhos não respeitam os pais e pais que não respeitam seus filhos. Isso é amor?
Somos considerados anormais quando somos autênticos. Por quê?
As pessoas sentem vergonha de declarar amor pelo próximo, acham que pagarão “mico” se forem verdadeiros, felizes ou se chorarem.
A essência do ser humano é composta de seus sentimentos mais nobres: Amor, amizade, sonhos, honestidade, companheirismo e muitos outros.
Por isso não me incomodo de ser chamada de louca ou anormal por declarar meus sentimentos. Eu simplesmente amo a vida e todas as pessoas que fazem parte dela.
Hoje, com o corre-corre da vida “moderna”, os filhos continuam nascendo, mas os pais assustam-se quando, num piscar de olhos observam que o tempo passou muito rápido e que seus bebês já cresceram, tornaram-se adultos. Por isso acho importante que, apesar do cansaço de um dia de labuta estafante, arranjem tempo para dizer como amam seus filhos, que arranjem tempo para sentar-se com a família para conversar. É preciso saber o que nossos filhos sonham para sua felicidade, é importante participar da vida deles aconselhando, aplaudindo suas conquistas, abraçar e falar que os ama. O amor cura todas as feridas, cuida, protege, repreende e acaricia a alma. O Amor promove a paz!
Não tenho vergonha de ser feliz, não tenho vergonha de declarar meu amor para as pessoas, não me envergonho de chorar pelas injustiças, não me envergonho de revoltar-me com os horrores que observo neste mundo louco.
Estarei sempre em busca de meus sonhos e torcendo pelo sucesso dos outros. Mesmo quando a cortina do tempo se fechar para mim neste grande palco da vida, ainda assim, na coxia da vida, estarei sorrindo, brincando e vibrando com as vitórias de meus amigos.
Com todos os defeitos de ser humano normal, sei que errei muitas vezes e sei que errarei muitas vezes mais, estou aqui para aprender e nesse afã de acertar o passo no compasso da vida com as batidas fortes de meu coração, vou tropeçando, caminhando, caindo e levantando, mas nunca desistindo de viver!