quarta-feira, 22 de junho de 2011

Vencedores

Texto de Mary Trarbach

Flecha latente
Explosão seminal
Navegantes da vida
Começam seu ritual.
Milhares que param
Numa inércia total,
Outros que circulam
Sem ter um ideal,
Milhões que navegam
Nesse rio vicinal
Lutadores que buscam
Sua metade afinal!
Entre eles estamos nós,
Seres minúsculos,
Metades que suas metades buscam,
Mas só os espertos lutadores
Ganham a grande maratona...
Vidas minúsculas
Que começam a se formar,
Seres microscópicos
Que sabem:
Para nascer tem que lutar...
Mas ao despontar na luz
Num mundo delirante cresce
E diante dos obstáculos esquece,
Esquece que foi vencedor
Mesmo antes de nascer
Diante das tristezas agora
Só pede pra morrer.
Você foi vitorioso
Quando era metade de um ser.
Não pode ser agora,
Depois de chegar até aqui
Que haverá de desistir.
Não há derrotados,
Nem mesmo os que nas ruas habitam.
Apenas humanos tristes
Que não lembram mais de como lutar, de como vencer!

terça-feira, 21 de junho de 2011

S O N H O

                                
Autora: Mary Trarbach

Meia noite alguém bateu em minha janela
Pensei, será ela? Será que é ela?
Levantei e abrindo o coração, corri para ver
Mas, que tristeza! Vi seu corpo na escuridão se perder.

Gritei seu nome, pedi pra voltar!
Não me ouviu ou não quis escutar
Sozinho e triste fiquei a chorar
Só queria seu corpo pra me abraçar.

De repente alguém me chama,
Novamente desesperado pulo da cama
Foi aí que notei: Tudo era um sonho.
Muito triste acordei.

Porque é que a saudade machuca o coração da gente?
Em todo momento você está sempre presente.
Volte ou saia do meu coração de uma vez,
Não vê que assim eu sofro?  Já basta o mal que me fez.

D E S E J O

                               
                                        
Autora: Mary Trarbach

Meu coração sente coisas
Que meus lábios não se atrevem dizer
Minha cabeça pensa coisas
Que eu não ousaria fazer...

Amo com ternura,
Com volúpia e desejo
De febre queima meu corpo
Com vontade de você...

Rosas em lençóis de cetim,
Meia luz no abajur de cristal,
Sou o vinho no cálice de seu prazer
Que vai lhe embriagar de beber.

Quero um romantismo a moda antiga,
Quero seu corpo junto ao meu
Quero ser sua Julieta
E quero meu amor, que seja o meu Romeu.

Quero seu corpo como um teto,
Seus lábios como batom na boca,
Quero o côncavo no convexo
E seu suor escorrendo em minha pele louca.

Louca de tanto prazer
Que tanta falta me faz,
Diga o que posso fazer,
Pra lhe ter, meu rapaz?

Quero lhe fazer feliz,
Razão de meu viver
Diga o que posso fazer
Pra nunca lhe ver sofrer.

Meu amor, meu bem,
Nunca quero lhe perder.
Você pra sempre será,
A razão de meu viver!

SOU VICIADO EM VOCÊ


                                                                                    Autora: Mary Trarbach

Rosas vermelhas em lençol de cetim
À meia luz se entregava pra mim.
Seu corpo quente numa febre de desejo.
Mostrava muito mais do que normalmente vejo.

No ambiente ecoava uma canção
Falava de amor e sedução...
Meu corpo obedecia à evolução.
Entrelaçado unia nosso coração.

Fizemos amor até o dia despontar
Cansados nos abraçamos para repousar,
Mas, seus olhinhos sorriam pra mim,
Querendo mais prazer num amor sem fim.

Ainda guardo seu cheiro
Não consigo lhe esquecer.
Será que você ainda me ama?
Ou foi só uma aventura em minha cama?

Hoje choro de saudade
Mas não lhe peço pra voltar
Se não foi só promessa
Decida e venha me amar.

Meus braços estão aqui pra lhe abraçar
Meu corpo deseja lhe encontrar
Minha boca queima por um beijo.
Se me faz sofrer, por que lhe desejo?

Sei que deve ter outro alguém
Entre lençóis de cetim
Dando seu corpo sem pudor
E o ciúme me causa dor.

Tentei lhe esquecer, mas não deu.
Sou viciado em você
Meu coração é teimoso
Insiste em pensar que ainda não lhe perdeu...

P R O T E S T O

                                     
Texto de Mary Trarbach

Tão majestosamente me ergo e orgulhosa eu vou ao encontro do céu.
Entre vizinhas tão belas como eu, sinto-me feliz, livre e altiva.
Louvando a Deus, faço minha parte.
Nasci de uma semente minúscula neste augusto solo amazonense, bem aqui entre olhos curiosos, seres maravilhosos, civilizados e respeitosos.
Orgulho-me na primavera, que contemplo e me presenteia.
A natureza, minha mãe amiga.
O sol meu aquecedor.
A lua minha cúmplice...
Para os pássaros dou abrigo, me visto de flores nos galhos,
sirvo alimento suculento em cachos.
Purifico seu ar, respirando o seu veneno.
Sou muito idosa e ainda ofereço minha sombra.
Todo dia observo os animais que brincam sem medo.
Daqui assisto tudo de belo...
Espere aí! Os bichinhos fogem assustados!
Hei! O que vejo ali adiante, o causador de tanto terror!
É o mais incivilizado dos seres, o homem se aproxima assassino!
Os animais fogem de seu agressor!
Oh! Meu Deus! Carrega na mão uma serra maldita.
Eu não posso me esconder, não tenho pernas para correr, não posso gritar por socorro... Sinto dor e medo, sou viva...
Queria dizer para serem puros e racionais, mas árvore não fala com humanos.
Vão nos derrubar para satisfazer sua ganância.
Não pensam no mal que irão causar, matando quem silenciosamente lhes protege?
Julga-se grande, mas não passa de nada!
Quando a natureza grita e os ventos sopram com violência, quando o céu se abre e derrama sua água, levando suas casas, quando os ruídos de fortes trovões fazem tremer seu coração ou quando os raios riscam o céu num espetáculo luminoso; sente-se então um ser minúsculo, como é. Aí pode se ver sua pequenez! Mas, como não raciocina, ao passar a tormenta, volta a sua insignificância e novamente persegue os indefesos que só trazem beleza para sua vida.
Está tentado destruir a natureza com sua ganância podre, com os vergonhosos dejetos que despejam nas águas que banham a terra e que mata sua sede, matando, destruindo a fauna e a flora, querendo impossibilitar sua geração de ter o privilégio de ter um mundo colorido...
Por mais que tente, não conseguirá, porque Deus, o Grande Artista que desenhou e criou a natureza, não permitirá. Ele se importa com ela e com seres humanos que ainda são capazes de amar.
Você terá sua recompensa, suas lágrimas não serão capazes de fazê-lo voltar para consertar as coisas. Seus erros, seus crimes de hoje, lhe reserva um futuro funesto, com pobreza...
A terra revoltada não produzirá mais alimentos, os rios poluídos, morrerão e a água do planeta será contada a conta-gotas. Os animais, suas vítimas fatais, serão apenas lembrados em fotos e seus filhos perguntarão se realmente houve um dia em que havia tanta beleza. Perguntarão o que aconteceu e você sem resposta só sentirá vergonha e fará nascer um novo rio com as lágrimas de sua geração.

Colatina, 19-06-1962.
Com 11 anos de idade, escrevi este protesto.
 ( Estou postando na íntegra, com erros comuns para uma menina de onze anos. Desculpe-me)






PENSAMENTOS

A vida sem sonhos é sem objetivos e a vida sem amor, é morte.
Se cada ser humano não se envergonhasse de declarar e demonstrar seu amor ao próximo, o mundo seria um lugar muito melhor de se viver. Mary Trarbach.

A poesia poderia salvar o mundo se todos os homens fossem sensíveis para perceber o quanto ela pode trazer paz. Mary Trarbach.

Use as mãos para agradecer a Deus suas dádivas, para dar uma flor, para fazer um carinho, para trabalhar... Não faça delas uma arma. Mary Trarbach


A luz de Deus se espalha através de pessoas sensíveis que só sabem encher nossa vida de poesia e doçura. Através do sorriso da criança e da beleza da natureza.. Mary Trarbach

A inveja é o principal defeito do incompetente. Não queira ser o outro, busque seu talento, ele está dentro de você. Mary Trarbach.

Encher a vida de alegria e poesia através de sua arte é a sua missão. Mary Trarbach