quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

SAUDADE CARMIM

Mãos vermelhas de sangue tatuaram em negrito os corações das mães.
Com letras garrafais está escrito: Levei seu amor!
Saudade em carmim derrama lágrimas nas comemorações de fim de ano!
Um espaço vazio à mesa, um abraço que falta, mas só as mães sofrem.
As mãos de sangue, livres, levantam os copos e brindam o novo alvorecer e
postam-se numa falsa devoção piedosa dizendo louvar a Deus.
Eu, Glória Peres, Maria Dercina, Maria Roza, Analice Pizzeta, e tantas outras Marias... Para sempre guardaremos nossos amores que se foram sem um adeus, sem um abraço de despedida...
Que nossos queridos estejam em paz! Que Deus guarde nossos corações e os conforte para continuarmos nossa jornada com muito amor. Que Deus nos ensine o perdão e que a justiça divina se faça.
Quando a cortina do tempo se fechar e estivermos nos bastidores da vida, então estaremos juntos para darmos o abraço que faltou.
Mary Trarbach.

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Oração

Mary Trarbach

Querido Deus,
Começo a nossa conversa com agradecimentos.
Obrigado Senhor, por dar-me coragem, quando diante da notícia de minha doença e na possibilidade mínima de cura, eu não esmoreci... Acreditei no teu PODER e vi a tua luz e assim agarrei-me em tuas mãos e consegui vencer, graças à força que me destes.
Obrigado Senhor, pelas dificuldades que preciso enfrentar.  Por cair e a cada queda, levantar-me mais forte, pois são os empecilhos da vida que me ensinam a humildade.
Agradeço Senhor, pela família e amigos, mas principalmente por atender-me sempre que solicito, mesmo quando as coisas parecem dar erradas, eu sei Senhor, que na realidade estão dando certo, pois o Senhor sabe o que é melhor pra mim.
Agradeço por ter permitido viver ao lado de meu filho por dezenove anos e eu, embora com problemas de saúde, pude enxergar a bênção que me destes, por tê-lo por esses anos junto a mim. Brutalmente, a violência urbana o tirou de meu convívio, mas eu sei  que ele foi acolhido junto a ti e eu não poderia desejar melhor companhia pra meu filho! No entanto, sou fraca Senhor! Ainda sinto a dor da separação, a saudade bate forte e por isso, embora já tenha sido abençoada tantas vezes, te peço , se possível amenizar essa dor em meu coração . Peço também por todas as mães que sofrem por seus filhos e por todas as pessoas que sabem amar de verdade, com amor incondicional.
Se não for pedir muito, gostaria que tocasse nos corações endurecidos para que a brandura ali penetre, para que os homens enxerguem o seu próximo sem discriminação e com empatia.
Obrigada meu Deus, por estar aqui agora, deixando esse depoimento em forma de oração e por todas as pessoas lindas de coração que seguem esse espaço.
Toque, Senhor, com o teu carinho de pai, a cada pessoa que necessitar de teu afeto.

Na Coxia da Vida!


Mary Trarbach

Não sei por que o mundo continua envelhecendo e o ser humano é que apodrece!
A violência é o fruto de um egoísmo indiscriminado e tem se espalhado como câncer devorador nos corações dos homens.
Desonestidade veste-se de colarinho branco, pedofilia tem cara de idoso indefeso ou cara de tio (a) bonzinho.
Homens agridem e matam em nome do amor! Que amor é esse?
Filhos não respeitam os pais e pais que não respeitam seus filhos. Isso é amor?
Somos considerados anormais quando somos autênticos. Por quê?
As pessoas sentem vergonha de declarar amor pelo próximo, acham que pagarão “mico” se forem verdadeiros, felizes ou se chorarem.
A essência do ser humano é composta de seus sentimentos mais nobres: Amor, amizade, sonhos, honestidade, companheirismo e muitos outros.
Por isso não me incomodo de ser chamada de louca ou anormal por declarar meus sentimentos. Eu simplesmente amo a vida e todas as pessoas que fazem parte dela.
Hoje, com o corre-corre da vida “moderna”, os filhos continuam nascendo, mas os pais assustam-se quando, num piscar de olhos observam que o tempo passou muito rápido e que seus bebês já cresceram, tornaram-se adultos. Por isso acho importante que, apesar do cansaço de um dia de labuta estafante, arranjem tempo para dizer como amam seus filhos, que arranjem tempo para sentar-se com a família para conversar. É preciso saber o que nossos filhos sonham para sua felicidade, é importante participar da vida deles aconselhando, aplaudindo suas conquistas, abraçar e falar que os ama. O amor cura todas as feridas, cuida, protege, repreende e acaricia a alma. O Amor promove a paz!
Não tenho vergonha de ser feliz, não tenho vergonha de declarar meu amor para as pessoas, não me envergonho de chorar pelas injustiças, não me envergonho de revoltar-me com os horrores que observo neste mundo louco.
Estarei sempre em busca de meus sonhos e torcendo pelo sucesso dos outros. Mesmo quando a cortina do tempo se fechar para mim neste grande palco da vida, ainda assim, na coxia da vida, estarei sorrindo, brincando e vibrando com as vitórias de meus amigos.
Com todos os defeitos de ser humano normal, sei que errei muitas vezes e sei que errarei muitas vezes mais, estou aqui para aprender e nesse afã de acertar o passo no compasso da vida com as batidas fortes de meu coração, vou tropeçando, caminhando, caindo e levantando, mas nunca desistindo de viver!

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Cruel Realidade


Texto de Mary Trarbach

Lágrima, suor, cansaço que aduba o chão.
Na mesa farta, desperdício em vão.
Criança triste suga sua mãe seca...
O inocente pergunta: _ “Mãe, no céu tem pão?”
Ganância, presunção, queimadas de plantação...
O preço sobe e o salário não!
O pobre sofrendo na seca,
Morre de inanição!
Em sua pureza, a criança brinca.
Com um sabugo murcho faz sua boneca,
Latas vazias puxadas por um cordel,
Com seu “carrinho” em seus sonhos viaja...
“Um dia vou ser camionero, doutô ou pedrero”
Criança sem proteção!...
Sonha, brinca, mas seu destino é o Sertão!
Futuro incerto...
A ambição desmedida
Indiferença cruel...




domingo, 25 de setembro de 2011

SONHO DE CRIANÇA



         Laurinha era uma criança muito amada, mas vivia numa redoma. Isso, porque seus pais haviam perdido as esperanças de terem mais uma menininha, mas quando dona Maria engravidou aos 43 anos,  acharam que Deus estava dando uma nova oportunidade. Embora tivessem outros quatro filhos, sentiam um enorme vazio deixado pela perda de suas três meninas, e por isso, imaginavam que essa criança viria para preencher o espaço que as outras deixaram...
 Crescia numa família de poder patriarcal, com muito carinho e brinquedos, mas sem liberdade.
Uma menina muito ativa, curiosa e sonhadora. Era muito comum vê-la debruçada na janela observando as outras crianças que brincavam na rua, sonhava com a liberdade de um dia estar ali, correndo, brincando de amarelinha, adedonha, enfim, todas as brincadeiras que faziam parte de sua época.
Quando seu pai viajava, aproveitava a distração de sua mãe, que se ocupava com afazeres domésticos e então fugia. Ficava no portão da casa olhando e sorrindo com as outras infantes que brincavam. O desejo de se misturar a elas era muito grande, mas logo aquele momento mágico deixava de existir porque alguém sempre a surpreendia e mandava-a entrar. Só lhe restava sua solitária janela.
Recitava e cantava músicas que ela mesma imaginava, nascidas de seu pequeno coração. Sentia muita vontade de passar seus versinhos para o papel, mas ainda não sabia ler e escrever. Sua mãe, por ser analfabeta, nunca pôde copiá-los, mas a incentivava dizendo que achava tudo muito lindo. Dona Maria era a única pessoa que tinha paciência de ouvi-la.
Não existia televisão, computador, brinquedos eletrônicos, nada que temos hoje. A televisão surgiu no Brasil no ano em que ela nasceu em 1950. Seu pai foi ao Rio de Janeiro e veio de lá com a novidade: _“Podemos ver o artista numa telinha! Chama-se  televisor!”  Ele disse para Dona Maria: _” É fantástico ver a Emilinha Borba cantando e muitos outros artistas...”
Ficou deslumbrada com aquela notícia e sentiu desejo de ver também o tal aparelho. Queria ver Ângela Maria, de quem era fã!
Ele costumava dizer que morrer sem conhecer o Rio de Janeiro, era morrer sem nunca ter vivido de verdade!
         Todas as tardes sua mãe a arrumava para que seu pai a levasse para passear. Ela se sentia importante ao lado dele, e não escondia o orgulho quando os amigos a elogiavam dizendo que mais tarde os “gaviões” voariam sobre sua casa porque ela era uma mocinha muito bonita. Em resposta mostrava a cintura para exibir seu cinto e dizia que para os gaviões ele reservava uma boa sova. Eram momentos de descontração...
O Senhor Laurentino era um homem muito extrovertido e culto. Era comum vê-lo sentado numa roda de bons amigos à tardinha, contando causos com sua filha no colo. Gargalhavam muito. Mesmo com sua vidinha limitada, Laurinha era feliz.
Não podia ter amiguinhas, mas se contentava em brincar com suas bonecas e inventava historinhas para contá-las. Terezinha, uma prima vinda do interior, foi sua primeira amiga e a pedido dela, o senhor Laurentino permitiu que Marlene, filha de uma vizinha, freqüentasse sua casa para brincar, porém a menina nunca poderia retribuir a visita, a menos que sua mãe ou seu pai fosse também visitar os amigos. E a vida seguia o seu rumo.
A criança crescia em total inocência. Seu pai era seu herói! Todas as histórias que inventava, havia um personagem bem parecido com ele. Como eram contos de uma criança que nem sabia ainda escrever, se perderam.
Seus pais queriam protegê-la das cruéis realidades da vida. Nunca falavam em morte de pessoas. Para a pequena Laurinha, só os animais morriam.
O tempo passou. Em 1957, com seis anos de idade, fazia poses para uma foto na sala de sua casa, para orgulho de seu pai que aniversariava naquele dia 23 de junho, comemorava a vida aos 60 anos.
Chegou o mês de agosto, o dia oito amanheceu chuvoso, triste, parecia anunciar algo funesto. O Senhor Laurentino sentiu-se muito mal e tendo um AVC hemorrágico (derrame cerebral) começa a agonizar em seu leito. O médico da família, após um breve exame, desengana-o e a pequena nada entende.
 Olha para seu pai que já não podia mais falar e nem movimentar o lado direito de seu corpo e lhe diz: _“Bença pai!
Ele nada respondia e ela novamente lhe pede que a abençoe, então o homem, num esforço quase sobrenatural, ergue sua mão esquerda e, num gesto mudo e dolorido, abençoa sua filhinha. Esta foi sua última ação!
           Seus irmãos mais velhos choravam em total desespero na sala e sua mãe sofria muito, mas a menina que nunca vira um adulto chorar achou engraçada aquela cena. Não sabia o que estava acontecendo.
Amanheceu o dia. Seis horas. Seu pai já arrumado com seu terno de casimira inglesa descansava em seu leito frio. Terezinha, sua prima, convidou-a para sair, teria que comprar velas. Pediu autorização ao pai, que nada respondia, entendeu que não haveria problemas. Laurinha sentiu uma felicidade que nunca havia sentido antes, uma estranha sensação de liberdade tomou conta de seu pequenino coração. Apanhou um galho que havia no meio da rua, começou a dançar e a cantar. Era inexplicável o que sentia!
Vencida pelo cansaço dos acontecimentos, adormece recostada na cama de seu pai e nem sente quando sua mãe a troca de lugar, ao levantar-se percebe que na sala de casa há muitas pessoas que observam caladas o seu pai que já não estava mais no quarto e sim deitado em uma caixa com muitas flores. “Que coisa era aquela?” Ela pensou.
Foi aí que, sem entender o que se passava, foi à cozinha e pediu à vizinha (D. Ormira) que ajudava sua mãe naquele momento difícil, que lhe desse uma caneca de café com leite e um pão com manteiga. A senhora a atendeu, mas Laurinha queria na caneca de alumínio de seu pai, o que também foi atendida. Dirigiu-se para a sala e diante daquele esquife chama por seu pai: _“Pai, acorda, já ta tarde, o senhor tem que tomar seu café, ta todo mundo te olhando, acorda, pai.”! Ele não podia atendê-la, pediu a uma das senhoras que ali estava, para que segurasse o desjejum, voltando-se para seu pai e sacudindo-o diz: _ “Pai anda logo, acorda pai. Toma seu café.”.
Algumas pessoas emocionaram-se com a cena de inocência enquanto que outras riam. A pequena revoltou-se e falou para todos: _ “Por que vocês tão aqui? Nunca viram ninguém dormir, não? Meu pai ta dormindo e vocês ficam ai olhando pra ele?
Nesse momento, a senhora que segurava a caneca chama a menina e lhe diz: _ “Minha criança, seu papai não vai mais acordar, ele foi para o céu morar com Deus...”.
        Laurinha: _ “Meu pai está dormindo sim, você quer ver? Eu vou chamar ele e ele vai acordar logo.”.
        A mulher: _ “Não, minha querida, seu pai morreu.”
        Laurinha _ “Não, ele não é bicho, só os bichos morrem. Meu pai não é bicho! Não é galinha, nem pato e nem porco, como ele pode morre? Ele é gente e gente não morre nunca”.
        A mulher: -“Quem falou isso pra você, meu bem? As pessoas não morrem como os bichinhos, elas morrem diferentes, vão para o céu morar com Jesus”.
        Laurinha: _ “Eu não quero que ele vai morar com Jesus! Pede pra Jesus pra trazer ele de volta, para não aceitar ele lá na casa dele, ele é meu pai e eu quero que ele fique comigo aqui em casa. Ele me leva pra comprar balas, conta historinha pra mim, não quero que ele vai embora...”
        Sua mãe lhe chama e diz que seu pai tem que morar lá, e que elas tinham que aceitar a decisão de Jesus, porque  ele era muito especial para ficar aqui na terra. Não voltaria mais.
A menina não queria entender o que se passava. Foi a primeira experiência dolorosa de sua vida e, diante da dor que lhe rasgava o peito, fez seu primeiro poema, aos 10 anos de idade. Um desabafo melancólico! Aquele dia ficou marcado em seu coração feito tatuagem!
Depois de alfabetizada, era obrigada a ler todos os dias uma historinha diferente e depois contar o que lia, era uma exigência de Dona Maria!
Detestava essa obrigação, mas com o tempo, tomou gosto pela leitura e queria fazer parte dos livros!
Era considerada pelas amiguinhas e colegas de escola como “A Pateta”.  Só porque gostava de ler, parecia diferente, mas ela não se importava com isso.
Compôs seu primeiro poema e não parou mais de sonhar. Continuou escrevendo, mas precisava esconder tudo, debaixo de uma tábua solta no assoalho de seu quarto, para que não fossem rasgadas por seu irmão, por quem era perseguida.
 A arte, para ele, era privilégio dos homens!
Deveria viver como mulher, aprender a ser boa dona de casa... Poderia estudar; ser professora, mas nunca se misturar com arte. Todavia, continuava a sonhar. Queria ser artista!
Laurinha cresceu, casou-se e viveu 29 anos de poucos momentos de felicidade, procurou a liberdade no casamento e encontrou a decepção. Teve cinco filhos, divorciou-se e aposentou-se como enfermeira. Passou por sérios problemas de saúde sem nunca desistir da vida. Perdeu um dos filhos na cruel realidade urbana. Transformou sua dor em poesia, porque a saudade é o atestado do amor!
Escreveu vários poemas ao longo de sua vida e engavetou-os.
Após o divorcio, descobriu-se liberta para novamente sonhar e perseguir seu sonho de menina. 
Aos cinquenta e oito anos fez um curso de roteirista, com a finalidade de escrever também para o cinema. Escreveu vários esquetes, crônicas e peças para teatro. Agora aos sessenta anos está trabalhando em seu primeiro roteiro para o cinema. Todos seus textos estão registrados na Biblioteca Nacional.
Laurinha não sente que a velhice seja empecilho para se viver, porque não se fica acéfalo com o tempo, aprende-se com ele. Ela acredita que não há sonhos impossíveis, e sim difíceis de realizar e por isso nunca desiste de seus sonhos. Quando a cortina do tempo se fechar neste grande palco e ela estiver na coxia da vida, ainda assim estará torcendo por todos que sonham e perseguem seus sonhos.
Finalmente agora vive o seu sonho de criança, encontrou a tão almejada liberdade e, muito feliz, pode escrever em paz.

Laurinha é Laurimeri de Oliveira, nascida em 19 de dezembro de 1950, em Colatina, Espírito Santo. Enfermeira aposentada, hoje se dedica unicamente à sua real paixão: Escrever!
Assina com o pseudônimo de Mary Trarbach em homenagem a sua mãe, Maria Trarbach, sua grande incentivadora, amiga e amor além da vida.
A seguir o poema que ela fez para seu pai:

P A P A I. . .
                                            
Texto de Mary Trarbach.

Eu perguntei pra Deus,
Por que tanta aflição?
Se eu nasci pra ser feliz
Ou pra chorar, meu coração.

Meu papai foi embora,
Não sabia que gente morria.
Foi a primeira experiência dolorosa
Que passei em minha vida...

Eu só tinha sete aninhos,
Não sabia escrever,
Queria passar para o papel,
O que tinha acabado de acontecer.

O vi ali, deitado,
Nada me respondia,
Nem o café que eu levei,
Ele não tomou, não queria...

Então a mulher falou:
Ele não pode te escutar,
O seu papai se foi
Para nunca mais voltar.

Foi aí que eu senti,
A cruel realidade,
Meu pai foi para o céu
Eu sentirei muita saudade...


Colatina, 12-01-1961.
Seu primeiro texto aos dez anos de idade.



quinta-feira, 22 de setembro de 2011

DOMÉSTICA


Texto de Mary Trarbach

Lava a roupa, torce a roupa e a põe pra enxugar...
Arruma a casa com capricho e vai cozinhar...
Pobre dama que trabalha sem parar...
Os seus filhos estão na creche
E aos meus vem pra cuidar.
Saio sem me preocupar,
Eu também vou trabalhar!
Vida corrida e as compras por fazer
Ela sai com a sacola, vai à feira
Faz tudo pra não me aborrecer.
Se eu choro, ela vem me perguntar:
Está triste patroa? Posso lhe ajudar?
Assim termina o dia...
Tão dedicada, sai apressada
O seu filhinho vai buscar!
Chegando a casa
Ainda tem o que fazer...
Ela não é minha empregada
É fiel, uma amiga pra valer!
Nunca atraso seu salário
Ela precisa receber...
Obrigada minha amiga
Por tanto cuidado assim!
Pelo amor de mãe que tem dentro de si!

terça-feira, 13 de setembro de 2011

MAMÃE EU AMO VOCÊ!


Texto de Mary Trarbach

Mamãe eu ainda não a vi, mas eu amo você.
Sabe mãe, eu estou em você, eu faço parte de você porque vivo em você.
Mamãe, não tire a minha vida, me deixe nascer e ver o seu rosto, sentir seu perfume.
Deixe-me crescer para eu falar o quanto a amo.
Eu senti você querendo me destruir, mas eu me escondi bem no fundo de você, eu gritei, mas ninguém ouviu: _” Socorro, mamãe está me matando!” Mas ninguém ouviu!
Mãezinha, se você não é capaz de me amar, de me gerar, então você não ama nem a si mesma, sabe, nem direito de fazer amor você tem.
Não tire de mim o direito à vida, isso só pertence a Deus, deixe-me ser igual a você, filha de uma mãezinha que teve prazer de lhe ter.
Ninguém escuta os meus gritos, porque são sufocados, mas Deus ouve e vê o meu desespero.
Já que queria se divertir com o sexo, então por que não evitou uma gravidez? Existem tantos recursos. Mas você não respeita a vida, nem a sua. Tentando me destruir, corre o risco de ir comigo.
É mamãe, foi fácil para você me destruir porque eu não posso me defender. Agora pegue uma faca, ou outra arma qualquer, seja menos covarde, tente matar meu irmão que está com você há anos. Pelo menos ele pode se defender de alguma maneira, correndo, gritando talvez. Assim seu crime ficaria exposto.
Um dia mãe, você vai entender o quanto estou sofrendo. Nunca sairei de sua consciência.
Um dia bem distante ou breve, não sei, Deus trará o seu juízo e você terá um crime para responder.
Se fazer sexo, é o que você chama de amor, então nunca amou!
Mesmo assim eu amo você mamãe!
Pronto! Já está consumado! O Doutor agora vai coretar o mal que você fez.
Adeus mamãe, eu amo você!

21/12/1984.

Criei este poema quando ainda enfermeira. Uma jovem de dezesseis anos deu entrada no PS com muita dor, ela havia acabado de provocar um aborto, o feto saía aos pedaços, uma cena chocante! A mãe da adolescente chorava porque temia perde-la.
Sempre fui a favor da vida. Não compactuo com a idéia de aborto ou abandono. Quem não quer filhos pode evitá-los. Recursos são oferecidos de graça nos postos de saúde.

ENVELHECER!

Texto de Mary Trarbach.

A vida passa como um relâmpago,
Como é triste envelhecer!
Ter passado pela vida
Sem sequer poder crescer.
É ruim envelhecer
Sem ter nada para contar,
Só lembranças tristes
Que a consciência passa a cobrar.
Assim envelhece o tolo
Que não valoriza o que tem
Fica sempre em busca de “nada”
Pensando viver bem!
É muito bom envelhecer!
E ter histórias pra contar,
Distribuir amor e alegria
Tendo pouco pra chorar!
Onde está o fiel da balança?
Pende para a primeira opção?
Ou será que é um sábio
Que tem equilíbrio de sua emoção?
Não passe pela vida só querendo ter
Aprenda que o importante é ser!
Ser uma pessoa de bem!
Que um dia deixará saudade
Por ter distribuído amor
Por este mundo de vaidade.                          

DEFICÊNCIA!

Não há deficiência no corpo, há limitações que podem ser superadas com garra e coragem!
Há pessoas que precisam de atenção e amor especial, porque são especiais e ser especial não é ser deficiente.
A pior deficiência é a verdadeira deformação do espírito. A falta de amor e auto-piedade.
Não é fácil viver com certas limitações, mas se há amor, paciência e dedicação da família, a vida fica mais leve.
Deficiência é o descaso dos políticos que dissimulam em busca de votos e ao estarem no “poder” retiram as máscaras e mostram para o que vieram.
Deficiência é o descaso com a educação, saúde, com os idosos de nosso país que deram sua juventude em prol da Nação, é a criminalidade correndo solta pela falta de segurança.
Deficiência é a falta de respeito com o ser humano.
São jovens se drogando e em nome do vício roubando e matando. Essa é uma deficiência do espírito, pois é uma doença dilacerante que faz toda a família sofrer e expõe a sociedade ao medo.
Deficientes são as leis brasileiras que condenam as famílias das vítimas pela falta que sentem de seus entes queridos e que oferece liberdade para o agressor após cumprimento leve da condenação, aqui no Brasil a pena máxima é de 30 anos, mesmo que o crime seja bárbaro, mas há o favorecimento por bom comportamento e outros privilégios mais. Uma vergonha essa deficiência da lei que deveria receber uma reforma.
É a pobreza, miséria e em conseqüência disso pessoas morrendo de fome.
É gente morrendo nas filas dos hospitais implorando por atendimento como se fosse um favor.
Mães que esperam para dar a luz na porta do hospital e perdem seus filhos por falta de atenção, por falta de vaga! Isso é uma deficiência de respeito absurda!
Mães que choram por filhos que são adotados por traficantes, os deficientes de caráter.
Menores para que lhes imputem as penas e ainda assim maiores para eleger o representante do povo nos cargos políticos.
Os políticos votam a favor de leis que os favoreça enquanto o pobre contando moedas para comprar o pão, o salário mínimo é mínimo mesmo!
Pessoas em trabalho escravo, ainda para muitos a alforria não chegou.
Não há deficiência no corpo físico, são todos vencedores, foram vencedores até antes de nascer porque tiveram que disputar a grande maratona pela vida, só quem venceu a corrida está aqui tentando sobreviver.
Já vi muitos deficientes espirituais, porque tinham a visão embotada pela preguiça enquanto que outros embora não enxergando eram úteis para si mesmos e para os outros. Pessoas que nunca ouviram, mas que fizeram e fazem maravilhas! Já vi pessoas consideradas “dementes” criarem obras fantásticas, já vi balé dos ditos “excluídos”. Cadeirantes praticando esportes e trabalhando com competência! Já vi a arte através de seres humanos considerados deficientes.
Quem é deficiente então?
Quem sabe viver com suas limitações e fazem de sua existência um exemplo a ser seguido ou os preconceituosos que evitam sequer o convívio com eles? Ou serão ainda os que desrespeitam esses guerreiros ocupando seus espaços em vagas de estacionamento e ocupando o lugar que lhes é reservado em ônibus e outros lugares mais?
Onde está a sua deficiência? Se seu espírito é forte sua vida é um sucesso! Se sua vida é para alegrar e distribuir amor a todos que os cercam, então é um vencedor e não um deficiente!






sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Não te escondas de mim.


Mary Trarbach

Não percas o teu tempo me odiando, eu te amo!
Não percas tempo desejando-me o que não queres para ti porque eu só te desejo o que gosto de sentir.
Não te preocupes em vigiar-me a vida, mas traga-me teus conselhos sábios.
Não coloques pedras para eu tropeçar, isso pode acontecer e eu machucarei o dedo, mas ela não mudará de lugar e quando por ali passares, poderá perder o pé com o teu tropeço.
Teu ódio, tua raiva, indiferença ou qualquer outro sentimento mesquinho, não me causa efeito nenhum, a não ser piedade! Tudo isso só danifica a ti mesmo e me mostra o quanto pequeno és!
O amor, este sim! É capaz de tocar-me! Sinto vontade de retribuir com a mesma intensidade que me ofertado.
Portanto, não tentes esconder o que vejo em teu olhar.
Sinto e conheço os sentimentos, sou poeta e por isso sensitiva, consigo enxergar o que escondes por trás da retina de teus olhos.

domingo, 10 de julho de 2011

LUGAR DE REPOUSO

Mary Trarbach

Lugar de repouso
Onde minha carcaça morfética descansa,
Funéreo, calado, me envolve com seu manto negro
E meu corpo desvanece gelado entre flores.
Porém, Deus que é Vida
Ergue-me em seus braços e
Em um abraço reconfortante...
Leva meu espírito,
Que imortal festeja a nova vida.

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Vencedores

Texto de Mary Trarbach

Flecha latente
Explosão seminal
Navegantes da vida
Começam seu ritual.
Milhares que param
Numa inércia total,
Outros que circulam
Sem ter um ideal,
Milhões que navegam
Nesse rio vicinal
Lutadores que buscam
Sua metade afinal!
Entre eles estamos nós,
Seres minúsculos,
Metades que suas metades buscam,
Mas só os espertos lutadores
Ganham a grande maratona...
Vidas minúsculas
Que começam a se formar,
Seres microscópicos
Que sabem:
Para nascer tem que lutar...
Mas ao despontar na luz
Num mundo delirante cresce
E diante dos obstáculos esquece,
Esquece que foi vencedor
Mesmo antes de nascer
Diante das tristezas agora
Só pede pra morrer.
Você foi vitorioso
Quando era metade de um ser.
Não pode ser agora,
Depois de chegar até aqui
Que haverá de desistir.
Não há derrotados,
Nem mesmo os que nas ruas habitam.
Apenas humanos tristes
Que não lembram mais de como lutar, de como vencer!

terça-feira, 21 de junho de 2011

S O N H O

                                
Autora: Mary Trarbach

Meia noite alguém bateu em minha janela
Pensei, será ela? Será que é ela?
Levantei e abrindo o coração, corri para ver
Mas, que tristeza! Vi seu corpo na escuridão se perder.

Gritei seu nome, pedi pra voltar!
Não me ouviu ou não quis escutar
Sozinho e triste fiquei a chorar
Só queria seu corpo pra me abraçar.

De repente alguém me chama,
Novamente desesperado pulo da cama
Foi aí que notei: Tudo era um sonho.
Muito triste acordei.

Porque é que a saudade machuca o coração da gente?
Em todo momento você está sempre presente.
Volte ou saia do meu coração de uma vez,
Não vê que assim eu sofro?  Já basta o mal que me fez.

D E S E J O

                               
                                        
Autora: Mary Trarbach

Meu coração sente coisas
Que meus lábios não se atrevem dizer
Minha cabeça pensa coisas
Que eu não ousaria fazer...

Amo com ternura,
Com volúpia e desejo
De febre queima meu corpo
Com vontade de você...

Rosas em lençóis de cetim,
Meia luz no abajur de cristal,
Sou o vinho no cálice de seu prazer
Que vai lhe embriagar de beber.

Quero um romantismo a moda antiga,
Quero seu corpo junto ao meu
Quero ser sua Julieta
E quero meu amor, que seja o meu Romeu.

Quero seu corpo como um teto,
Seus lábios como batom na boca,
Quero o côncavo no convexo
E seu suor escorrendo em minha pele louca.

Louca de tanto prazer
Que tanta falta me faz,
Diga o que posso fazer,
Pra lhe ter, meu rapaz?

Quero lhe fazer feliz,
Razão de meu viver
Diga o que posso fazer
Pra nunca lhe ver sofrer.

Meu amor, meu bem,
Nunca quero lhe perder.
Você pra sempre será,
A razão de meu viver!

SOU VICIADO EM VOCÊ


                                                                                    Autora: Mary Trarbach

Rosas vermelhas em lençol de cetim
À meia luz se entregava pra mim.
Seu corpo quente numa febre de desejo.
Mostrava muito mais do que normalmente vejo.

No ambiente ecoava uma canção
Falava de amor e sedução...
Meu corpo obedecia à evolução.
Entrelaçado unia nosso coração.

Fizemos amor até o dia despontar
Cansados nos abraçamos para repousar,
Mas, seus olhinhos sorriam pra mim,
Querendo mais prazer num amor sem fim.

Ainda guardo seu cheiro
Não consigo lhe esquecer.
Será que você ainda me ama?
Ou foi só uma aventura em minha cama?

Hoje choro de saudade
Mas não lhe peço pra voltar
Se não foi só promessa
Decida e venha me amar.

Meus braços estão aqui pra lhe abraçar
Meu corpo deseja lhe encontrar
Minha boca queima por um beijo.
Se me faz sofrer, por que lhe desejo?

Sei que deve ter outro alguém
Entre lençóis de cetim
Dando seu corpo sem pudor
E o ciúme me causa dor.

Tentei lhe esquecer, mas não deu.
Sou viciado em você
Meu coração é teimoso
Insiste em pensar que ainda não lhe perdeu...

P R O T E S T O

                                     
Texto de Mary Trarbach

Tão majestosamente me ergo e orgulhosa eu vou ao encontro do céu.
Entre vizinhas tão belas como eu, sinto-me feliz, livre e altiva.
Louvando a Deus, faço minha parte.
Nasci de uma semente minúscula neste augusto solo amazonense, bem aqui entre olhos curiosos, seres maravilhosos, civilizados e respeitosos.
Orgulho-me na primavera, que contemplo e me presenteia.
A natureza, minha mãe amiga.
O sol meu aquecedor.
A lua minha cúmplice...
Para os pássaros dou abrigo, me visto de flores nos galhos,
sirvo alimento suculento em cachos.
Purifico seu ar, respirando o seu veneno.
Sou muito idosa e ainda ofereço minha sombra.
Todo dia observo os animais que brincam sem medo.
Daqui assisto tudo de belo...
Espere aí! Os bichinhos fogem assustados!
Hei! O que vejo ali adiante, o causador de tanto terror!
É o mais incivilizado dos seres, o homem se aproxima assassino!
Os animais fogem de seu agressor!
Oh! Meu Deus! Carrega na mão uma serra maldita.
Eu não posso me esconder, não tenho pernas para correr, não posso gritar por socorro... Sinto dor e medo, sou viva...
Queria dizer para serem puros e racionais, mas árvore não fala com humanos.
Vão nos derrubar para satisfazer sua ganância.
Não pensam no mal que irão causar, matando quem silenciosamente lhes protege?
Julga-se grande, mas não passa de nada!
Quando a natureza grita e os ventos sopram com violência, quando o céu se abre e derrama sua água, levando suas casas, quando os ruídos de fortes trovões fazem tremer seu coração ou quando os raios riscam o céu num espetáculo luminoso; sente-se então um ser minúsculo, como é. Aí pode se ver sua pequenez! Mas, como não raciocina, ao passar a tormenta, volta a sua insignificância e novamente persegue os indefesos que só trazem beleza para sua vida.
Está tentado destruir a natureza com sua ganância podre, com os vergonhosos dejetos que despejam nas águas que banham a terra e que mata sua sede, matando, destruindo a fauna e a flora, querendo impossibilitar sua geração de ter o privilégio de ter um mundo colorido...
Por mais que tente, não conseguirá, porque Deus, o Grande Artista que desenhou e criou a natureza, não permitirá. Ele se importa com ela e com seres humanos que ainda são capazes de amar.
Você terá sua recompensa, suas lágrimas não serão capazes de fazê-lo voltar para consertar as coisas. Seus erros, seus crimes de hoje, lhe reserva um futuro funesto, com pobreza...
A terra revoltada não produzirá mais alimentos, os rios poluídos, morrerão e a água do planeta será contada a conta-gotas. Os animais, suas vítimas fatais, serão apenas lembrados em fotos e seus filhos perguntarão se realmente houve um dia em que havia tanta beleza. Perguntarão o que aconteceu e você sem resposta só sentirá vergonha e fará nascer um novo rio com as lágrimas de sua geração.

Colatina, 19-06-1962.
Com 11 anos de idade, escrevi este protesto.
 ( Estou postando na íntegra, com erros comuns para uma menina de onze anos. Desculpe-me)






PENSAMENTOS

A vida sem sonhos é sem objetivos e a vida sem amor, é morte.
Se cada ser humano não se envergonhasse de declarar e demonstrar seu amor ao próximo, o mundo seria um lugar muito melhor de se viver. Mary Trarbach.

A poesia poderia salvar o mundo se todos os homens fossem sensíveis para perceber o quanto ela pode trazer paz. Mary Trarbach.

Use as mãos para agradecer a Deus suas dádivas, para dar uma flor, para fazer um carinho, para trabalhar... Não faça delas uma arma. Mary Trarbach


A luz de Deus se espalha através de pessoas sensíveis que só sabem encher nossa vida de poesia e doçura. Através do sorriso da criança e da beleza da natureza.. Mary Trarbach

A inveja é o principal defeito do incompetente. Não queira ser o outro, busque seu talento, ele está dentro de você. Mary Trarbach.

Encher a vida de alegria e poesia através de sua arte é a sua missão. Mary Trarbach 


quarta-feira, 11 de maio de 2011

O ARTISTA

Texto de Mary Trarbach

Quem é o pai de todas as artes? Quem é o maior artista do universo?

Ele inventou a música, e ensinou aos pássaros a magia de cantar.

Inventou o ballet, e ensinou aos galhos das árvores como se dança a coreografia regida pelo vento.

Colocou limite nas águas, que embora em maior quantidade, respeitam a terra.

O mar! Num ballet majestoso de idas e vindas, mostra toda sua beleza abrigando vidas.

Pintou a natureza com uma diversificação de cores e enfeitou a nossa existência com a primavera.

Salpicou o céu de estrelas. Fez a luz e a escuridão. Deu-nos o paladar... Fez tudo o que há para trazer poesia e prazer de viver.

O pai de todas as artes, para nossa felicidade, a cada dez anos permite que anjos equivalentes a um por cento de toda a população da terra; venham em forma humana para estrearem no grande palco da vida...

Suas virtudes e defeitos são para disfarçar sua real condição. São imortais, pois atravessam os séculos por meio de suas obras.

Por isso existem os artistas, estas criaturas fantásticas, com toda a sua sensibilidade.

Algumas pessoas, embora não sendo artistas, são anjos também, pois são imortais através do amor que distribuem.

Como são discriminados estes seres! Alguns considerados loucos...

A grande maioria é ridicularizada. Sofrem preconceitos e abusos psicólogos. Mas os anjos não se deixam abater por essas adversidades. Não permitem que lhes roubem o fogo da criação.

Sofrem com as injustiças e por causa delas perdem oportunidades, mas não permitem que lhes amputem a alma de artista, que é a chama de sua vida.

Por isso são imortais! 

Para citar um exemplo, escolhi Van Gogh. Foi considerado um louco, viveu na miséria, passou fome e em toda a sua vida vendeu um único quadro. Mas não desistiu de seu sonho e por isso hoje ainda vive através de sua obra e é considerado um dos artistas mais caros e respeitados do mundo. Como ele, muitos outros vivem. Graças a Deus!

Como são sábios estes anjos!

Poetas, escritores, bailarinos, cantores, palhaços, atores, artesãos, artistas plásticos, circenses, diretores e de todos esses: Os professores.

Vivem em nosso meio disfarçando para não serem identificados como tal! Mas não é difícil identificá-los porque não são arrogantes!

São simples e desapegados as futilidades. Por isso chamados de desleixados. 

Amam muito e têm uma sensibilidade visível. Olham para tudo com olhos de poeta.

Enxergam a poesia num simples bater de asas de um inseto. Até nos cascalhos encontram beleza! (“No caminho tinha uma pedra, tinha uma pedra no caminho...”)

Existem pessoas que querem ser artistas, mas não são anjos. Usam a arte e toda a sua beleza apenas como instrumento para brilharem e temporariamente serem reconhecidos... Usam máscaras diante do público passando-se por especiais, mas na sua essência revelam que nunca serão imortais. O sucesso é passageiro...

Agradeço ao pai das artes DEUS, que me deu o privilégio de ser amiga de alguns destes anjos e assim poder receber o reflexo da luz que emana destas criaturas tão abençoadas.

 

PAPAI DO CÉU!


Texto de Mary Trarbach.

(Paródia Infantil)

Papai do céu,
Eu não sei rezar,
Mas mesmo assim
Eu quero lhe falar.
Me dê muita alegria
E muito prazer
Me dê tudo de bom
Se eu merecer.
Pra minha família,
Peço pra cuidar.
Dê muita saúde e nosso papá.
Eu sei que o Senhor
Vai me atender.
Por isso pai do céu
Quero muito agradecer.

FÁBRICA DE CHOCOLATE

Texto de Mary Trarbach.

( Paródia infantil)

A fábrica de chocolate,
Um dia eu fui visitar
Tinha crianças lá,
Muitas crianças lá.
Tinha um garotinho que comia sem parar,
Mas os seus dentinhos não gostava de escovar.
Come, come, come, come, come sem parar,
Depois começou a chorar:
Ai que dor! Socorro gente!
Estou com dor de dente.
E outras crianças comiam igualmente...
Havia um guloso que comia até com a mente,
Pensava que tudo iria logo se acabar
Então comeu tanto e acabou por se ferrar.
Ai que dor! Ai que dor!
Eu quero fazer cocô!
Ai que dor! Ai que dor!
Eu quero fazer cocô!
Criança gosta de doce
E muito de brincar.
Mas precisam saber que tudo tem seu lugar!
Precisam ter higiene
E muita educação!
Para crescer contente
Tendo saúde e paz no coração.







Filhos da Luz

                                    
 Texto de Mary Trarbach.

 Quem são os filhos da luz?
 Acima de tudo amam a Deus, pois a luz vem Dele. Agradecem por tudo o que possuem, mesmo que pareça pouco.
Os filhos da luz amam o próximo sem esperar retribuição.
Sabem perdoar por mais difícil que seja oferecer perdão.
Os filhos da luz erram e ao se darem conta de seus erros, não os justifica para embotar o espírito.
Preferem aprender com as quedas para crescerem. E crescer é muito difícil!
Escalam montanhas, atravessam pontes, pinguelas, vales e vencem cada obstáculo com coragem e alegria.
Por onde passam procuram iluminar a vida de outros com um sorriso, um abraço... Ou simplesmente com bom ouvido, pois é mais sábio ouvir do que falar...
Os filhos da luz não sofrem pelas trevas vividas no ontem.
Procuram fazer do hoje um dia de luz para que o amanhã seja um dia melhor e mais brilhante.
São solidários e nunca tentam apagar a luz de ninguém. Ajuda para que a luz do outro brilhe mais.
Quem pensa ter luz e não a tem, procura ofuscar o brilho dos outros, porque a inveja é o principal defeito do incompetente.
Não se alegram com a injustiça.
Amam a natureza, o sorriso da criança, valorizam a vida e sentem felicidade com o sucesso dos outros.
Nunca são possessivos ou invejosos.
Não é fácil sermos filhos da luz, mas se lembrarmos que o ontem nunca mais voltará.
Que hoje é o futuro de ontem. Que é o ontem do amanhã, poderemos nos perguntar: Como está sendo o meu dia hoje?
Portanto, procuremos ser pessoas melhores a cada dia. Enxergando o nosso próximo como a nós mesmos e a natureza como um tesouro...
Talvez assim possamos ser Filhos da Luz!



  





   
     

segunda-feira, 9 de maio de 2011

JÁ NÃO BRILHA O SOL DA LIBERDADE...


                       
Texto de Mary Trarbach.

Porque tantos soldados?
Tanta gente, confusão,
Será, meu Deus agora?
Uma nova revolução?

Calaram-se todas as bocas,
Ninguém pode mais falar...
Levaram o Seu Antero preso
Só por ele reclamar?

Coitada de D. Maria,
Que só sabe chorar...
Seu Antero foi levado
Para nunca mais voltar...

Soldados invadem a casa
Levando seu horror,
Vasculham todos os cantos e nada...
Mas deixam muita dor...

Dizem a boca miúda
Que o exército tomou o poder
Falam em ditadura,
Por que isso? Quero saber!

Jânio Quadros saiu, sua vassoura o varreu,
João Goulart tomou posse e o povo agradeceu,
Mas as forças armadas tomaram o poder
Exilado foi o homem, sem nada poder fazer...

Expulsar o filho da Nação?
Ainda sou criança, mas já posso entender...
Minha mãe diz pra eu ficar calada,
Senão também vão me prender.

Tem muita tristeza espalhada por aí,
Olhos tristes, rostos pálidos...
Lábios que já não conseguem sorrir
Povo amargurado tem que ficar calado.

O que pensam estes homens
Que tomaram o poder?
Não será usando a força
Que o povo irá obedecer...

Filhos órfãos, mães viúvas.
Gente expulsa do Brasil
O Sol da Liberdade já não brilha
Onde está a Paz do futuro? Partiu...

Tudo é proibido
Estamos em total escuridão
Temos que ter cuidado,
Guardar nossa opinião...

Ainda sou muito nova,
Mas quero participar da manifestação
Com os jovens estudantes, como eu,
Que defendem a liberdade da Nação...

Meus irmãos e minha mãe
Não me deixam sequer, ver,
Escondida, ouço o rádio,
Com medo que venham me surpreender.

Operários, artistas, estudantes e intelectuais,
Marcham pelas ruas defendendo seus ideais...
Militares incendeiam a sede estudantil,
Quanta violência! Militares vão pra puta que os pariu...

Tanques, tiros, cassetetes e bombas de efeitos morais...
Espalha a multidão como manada de animais...                                           
Um pobre rapaz que cai e não acorda mais...
Defendeu com o seu peito, a pátria, até a morte...

Só queremos um país justo com liberdade de expressão.
Cantar, atuar, ter paz no coração...
Queremos nossos compatriotas de volta
O maldito exílio é sem razão,

Sei que estes gritos
Calados em meu pequeno seio
Nunca poderei revelar
Eu ainda tenho receio...

Mas, quem sabe um dia:
“Se ergue a justiça a clava forte
Verão que um filho seu “não foge a luta”,
Mostrarei com minha arte o Brasil que quero...



 Outubro de 1964.
Este é mais um desabafo que terei que esconder. Quem sabe, um dia poderei mostrar? 
Estou cursando o ginasial, em dezembro farei 14 anos. 
Tomara que o Brasil volte ao normal e seja uma Nação de verdade. 
Só há verdade com liberdade. O medo induz à mentira em busca da defesa.
Meu nome é Laurimeri de Oliveira.

S A N G R A C O R A Ç Ã O . . .

                                                       

Texto de Mary Trarbach.

Hoje chora o peito,
Tá sangrando o coração,
Por que trabalhei tanto?
Pra chegar nesta condição?

Trabalhei pra nunca mendigar o pão
Plantei, cuidei, colhi,
Amei, perdi e sofri... 
Filhos tive, criei, eduquei.

Hoje estou aqui
Sem um plano definido
A velhice chega e a saúde vai embora
Com um brado bem sofrido.

Os ricos mais ricos estão,
Os políticos que nada fazem
Só sabem encher as mãos
E os pobres nestas filas, morrem sem atenção.

Por que tanta ganância?
É falta de inteligência,
Por que quer tanto ter,
Se o que importa é ser?

Segurança já não tem,
Meu barraco é uma prisão,
Passo nas vielas e vejo
Alguns corpos pelo chão...

Pedofilia, drogas, crimes, sedução...
Que carregam nossos filhos,
Para a profunda escuridão
E sangra o coração...

A beleza da natureza,
Destruída pela ganância
Por homens inconseqüentes
Que um dia também sofrerão...

Por que não pensam agora
No que podem então fazer,
O que hoje lhes dá prazer,
Fará sua geração sofrer...                              

Irmão matando irmão,
Pessoas alienadas que nunca dão a mão,
Correm pra ver desgraça,
Inventam uma oração...

Eu já não sei o que faço,
Estou perdida e sem noção,
Quero ajudar o mundo
Espalhar amor entre irmão...

Um dia um homem importante
Deu a sua vida sem nada cobrar
Espalhou o seu amor
E morreu crucificado para todos perdoar...

Mas os homens não entenderam
A mensagem de Jesus,
E não fizeram jus
Ao sacrifício dele na cruz.

Sei agora meu amigo,
Que a sabedoria se foi
Porque quanto mais o mundo envelhece,
A raça humana, sem coração, apodrece...

Não quero radicalizar,
Porque esperança ainda há,
Ponham a mão na consciência,
Comecem a agir com decência...

Em nosso meio existem anjos,
Em sua forma humana abrem o coração,
Sem conforto ou aplauso despem-se da vaidade
E junto ao próximo, enfrentam a mortal realidade...

Vão aos guetos dividir o pão
E para dormir, um espaço no chão.
São heróis anônimos que tem coração
Porque dividem o que tem com o pobre seu irmão...

Você que está lendo agora,
De que lado quer ficar?
Fazer o bem  não é fácil,
Mas muita vida poderá salvar.

Podemos agradecer
O sacrifício de Jesus
Então ser mais um a entender
Por que Ele morreu na cruz...

A Natureza

                                                       
                                                  
 Texto de Mary Trarbach.

Preserve a natureza
Ela vai lhe agradecer
Cuide com carinho
Foi Deus que a fez pra você.

A irracionalidade dos homens
É que faz a natureza se revoltar.
A ganância indiscriminada
Por nada que levará...

Tornam-se os homens,
O pior dos animais
E no final da vida, choram,
Mas não dá mais...

Não dá mais pra consertar,
O que se estragou,
Então sofrem
Todo tipo de horror...

Fome, sede, enchentes, secas...
Deus não é culpado, Ele fez tudo perfeito,
Mas o homem irracional,
Não demonstra nenhum respeito

Casacos de peles...
Desvios de rios,
Desmatamento e queimadas,
Matança e prisões de animais...

Até a vida no grande celeiro, o mar,
O homem não quer mais respeitar,
Derramamento de óleo,
Lixo por toda parte...

Florestas destruídas,
Amores que esfriam
Violência por todo lado.
Onde vamos parar?

Cuide da natureza,
Ela vai agradecer,
Lembre-se que foi Deus
Que a fez pra você...

Uns com tanto
E não dividem com ninguém,
Jogam comida fora
E outros choram por um vintém...

Ainda há esperança,
Há os anjos do anonimato,
Que dedicam suas vidas a fazer o bem,
Sem olhar para quem...

Voluntários em causas nobres,
Em defesa do planeta,
Dá sorriso aos pobres pequeninos,
Que morrem nos braços de suas mãe seca...

A ganância indiscriminada,
Não deixa o louco enxergar,
Mas se fizermos nossa parte
O planeta poderemos salvar.